Thursday, November 24, 2011

De uma janela...

De uma janela, vejo o mundo
vejo o tempo a girar
vejo a juventude passar
e a não voltar

Vejo as estações em constante renovação
da primavera ao verão,
do outono ao inverno
até a nova iniciação

E eu onde estou?
para onde vou?

O destino existe?
ou será tudo coincidencia
e aleatoridade?
não haverá vontade?

À janela me sento, e as árvores cheias de fruto
a despidas passam
e no vidro me encontro,
num relexo perdido e escondido

Cheio de ilusórias sensações
revejo-me
é triste...a transformação
como é humilde a nossa humana condição

De liso a enrugado
de erecto a dobrado
de vivo a pó

E é só, o que da janela vejo e esqueço.

Tuesday, March 29, 2011

Luar

Nada mais belo e mais desprendido, que uma noite de luar
com estrelas caindo em regaços de amor
permeáveis a humano calor, sem desdém a ninguém.
Somente acompanhantes em terrenos de amigáveis sentidos
sendo o que se é, sem ilusivas tentações, de mascarar a real face

Momento único de liberdade rara, sem preocupações artificiais
apenas verdades cruas, cozinhadas sob as luzes maduras
em olhares desprendidos e passageiros...

A noite passará, e o dia surgirá, e nada será diferente...
a liberdade aprisionada será, a face coberta, e as estrelas a coberto da luz real
se desvanecerão...é assim a humana condição.

Tuesday, March 22, 2011

É tempo...

Forjado na chama e vil metal da raiva,
sonho libertar o fogo da minha alma
retomar a espada e destruir os inimigos
traidores e semeadores de afrontas
que se escondem em peles de cordeiros,
cordeiros esses, sacrificados pela mais maldita
das razões, a cobiça, a ganância.


O completo desprezo por tudo o que é nobre
e por tudo o que é genuíno,
trocado por mentiras vãs
ditas por aqueles que nos devem a verdade.

Chega destes tempos, que venha a refundação
finda que está esta ilusão,
sejamos nós, e não outros,
sejamos o que somos
e não o que outros pensam que somos.

sonhar uma nova realidade, é preciso!
sem medos nem anseios
apenas vontades de fazer melhor, com e para todos.

É tempo, vamos...a hora chegou.

Monday, January 24, 2011

Precipício...

Precipício é o que vejo e sinto além de pensar que esqueço
Mergulho na minha mente e desapareço
É um mundo oco e complexo

Não o entendo, não o compreendo
Talvez um dia...talvez o veja como ironia
Talvez o sinta como harmonia na clarividência de uma nostalgia
Talvez me faça retomar ao arco do sentir
do qual me alienei sem crer no ressurgir.

Sinto-me iludido num realismo perdido, ao qual nunca pertenci.
Quem me dirá que acabou? será um deus ou um demónio?
ou será apenas um mero constrangimento natural, que na ignorância do que é humano
se torna divino ou demoníaco?
Não importa, pois o momento final será igual.

Serás aquilo que és e não aquilo que pensas que és e muito menos aquilo que pensas poder ser.
serás nada num tudo que é o ser parte do universo, miscivel até ao infinito numa constelação de partes sem fim.
serás imortal na mortalidade sem consciência, serás vazio no perfeito preenchimento.

Mas tudo isto nada importa, pois em nada disto tens influência.




Adérito Vieira

Wednesday, November 03, 2010

Um dia vou ser livre...

Um dia, profetizo, vou ser livre
livre dos olhares inquisidores,
dos falares cobardes,
das angustias e anseios

Serei livre da vontade,
livre da razão,
livre de mim próprio
e da minha não concretização.

simplesmente serei...e livremente viverei.

Friday, April 23, 2010

Longe-e-perto

Na mais alta montanha
me encontro, longe de
tudo, perto do nada.

Além de mim vejo-te
apenas a ti,
e não sinto nada mais.

Tenho uma absoluta
vontade de te sentir
um desejo de te tocar
maior que o mais alto dos montes.

Além do Mar, só a ti
sinto longe
mesmo estando tu
à distância de um abraço.

Que fazer, se não esquecer?
Esconder o que sinto e descansar.
Mesmo ardendo com vontade
de a ti chegar...

Talvez...

Talvez seja eu.

Talvez seja o Tempo
onde vivo e penso.

Talvez seja o teu olhar,
que me mostra a luz
e a escuridão.

Talvez seja o destino
e a vontade de dizer não.

Talvez ponha a vontade
em concretizações vãs.

Talvez perca Tempo
em te querer.

Talvez viva pouco
e sobreviva muito.

Talvez queira mais
do que posso querer.

Talvez sonhe mais
do que possa sonhar.

Talvez me iluda
o teu sentir.

Talvez seja eu
que me preocupe
demasiado com
o talvez.

Talvez, Talvez, sempre Talvez
ou talvez não...

Tuesday, April 13, 2010

Minha Gente

Sinto um impulso, uma necessidade,
para não me conter e tentar.
Não me posso abstrair da realidade envolvente,
desta que é a minha gente.

Não me é possível continuar inactivo,
sem resposta a constantes e permanentes injurias,
que nos poluem a mente e
quebram esta que é a minha gente.

Ignorantes acções com objectivos obscuros,
de domínio e controlo.
controlo mental,
controlo irreal,
que envolvem e desgraçam
esta que é a minha gente.

Em oposição me mantenho
e armado estarei,
para em combate forjar um novo,
que é velho ideal,
De seu nome Portugal.

Canta minha gente,
dança gente minha
a vida renascerá nos
pendões e clamores da guerra.
guerra triste e bela,
de prisão e liberdade.

Canta saudade pelos campos espalhada,
e no sangue concentrada
expande tua aura
faz-nos regressar aos tempos da verdade
ilude quem nos pisa, liberta quem nos admira.

Nobre gente do rural, urbe ou mareante
acorda, que o tempo se finda
não temas em seguir em frente
luta pela tua, minha, nossa gente.

Apesar da guerra se aproximar,
não sinto medo ou receio algum.
Em combate serei eu.
E do jugo liberto poderei gritar:
finalmente livre!!livre finalmente!!!